A mulher luta para se mostrar bonita, atraente, com porte elegante e gestos cultos, graciosos. E não há dúvida de que muitas o conseguem, e com facilidade. O conjunto de sua pessoa se mostra, assim, atraente, vistoso, e seguramente exerce uma influência considerável. Entretanto, em seu afã de embelezar-se fisicamente, a mulher tem-se descuidado num grau extremo da beleza de sua fisionomia moral e psicológica. Muitas, sem perceberem a grande importância de que se revestem as características superiores – tão sublimes que imprimem no rosto o inconfundível traço da cultura em sua mais fina manifestação –, afligem-se com seus fracassos e não conseguem compreender a que obedece sua infelicidade.
Uma flor pode ser muito vistosa e até admirada num ramalhete de flores, mas, se não tem perfume, ao contemplá-la sozinha veremos que a ilusão de sua beleza se esfumará tão logo se manifeste como uma coisa inerte, incapaz de nos comunicar as delícias de sua intimidade, a fragrância de seu espírito, que tão grato se revela à alma que o aspira.
A mulher cujo espírito carece de cultivo, de ilustração, pode se tornar tão sem graça quanto a flor meramente vistosa. Se, porém, ela se esmera em polir seus modos, se percebe que a bondade e a alegria devem ser parte inerente de sua natureza feminina, aplicando-se à tarefa de fazer desaparecer os defeitos de seu caráter ao mesmo tempo que faz desaparecer as impurezas de seu rosto, verá que sua vida florescerá cheia de esperanças e se converterá, por seus encantos, na flor predileta do espírito.
A Logosofia encara o problema da mulher em sua essência, começando por interessar vivamente seu pensamento e fazendo com que a natureza feminina experimente os benefícios de um encanto superior, qual seja o da graça do espírito pelo cultivo das faculdades mentais.
Uma mulher discreta, gentil e culta é sempre agradável, esteja onde estiver. Os atrativos da alma costumam ser muito mais poderosos do que os do físico. Ela deve ser fina em seus modos e em sua linguagem. Todo gesto ou atitude que atente contra sua feminilidade a enfeia, chegando mesmo a convertê-la numa pessoa que inspira repulsa.
Para adquirir as belas qualidades que tanto adornam seu caráter, é necessário que a mulher se disponha a isso com especial dedicação. Aprendendo a conhecer de que modo os pensamentos atuam e influenciam a vida, buscará a companhia daqueles que elevem seu espírito e contribuam, por um lado, para dar brilho a sua figura de mulher superior no meio ambiente em que atue e, por outro, para fazer com que sua alma desfrute as inumeráveis prerrogativas que o conhecimento abre às possibilidades de viver uma vida mais ampla.
Portanto, o cultivo mental deve constituir para a mulher uma necessidade tão intensa quanto a que sente de embelezar sua pessoa.
E quem, senão os próprios filhos, haverá de recordar com gratidão essa graça quase sublime que uma mãe inteligente e culta derrama sobre suas almas? Que prêmio maior pode haver para seus sacrifícios que o de ver seu nome, símbolo de exemplo, ser bendito e venerado por todos? Mulheres assim são as que forjam o ideal das gerações.
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domingo, 13 de fevereiro de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Maravilhas da fisionomia humana
Existem muitas coisas extraordinariamente interessantes no conjunto das tantas maravilhas que a Criação oferece; maravilhas que aparecem quando a inteligência toma contato com elas e descobre seu encanto e seu valor. Vamos nos referir à que concerne à fisionomia humana.
É indubitável que o rosto humano não poderia escapar às transformações que as leis universais exigem de tudo o que foi criado. Das toscas e imperfeitas fisionomias primitivas, nas quais não se percebia traço algum de qualidades sensíveis, às doces e expressivas da época presente, nas quais se revela a evolução da criatura humana, existe uma distância enorme.
A humanidade primitiva cumpriu suas etapas entre as selvas virgens e em franca convivência com as espécies inferiores que povoavam a terra. Seus rostos, carentes de toda expressividade humana, já que suas expressões tão somente denunciavam as reações do instinto, não podiam traduzir nenhuma das excelências do espírito, porque lhes faltava o polimento que a evolução realiza através dos séculos.
A fisionomia humana hoje mudou tanto, que bem pode ser proclamada uma das maravilhas mais preciosas da Criação. No homem de nossos dias, como no de avançadas civilizações do passado, é comum encontrar a presença de uma infinidade de traços que se manifestam no rosto, por força de uma espiritualidade cultivada ou, nos casos em que esta não foi alcançada, pela modelagem hereditária mediante o cruzamento de sangues e a adição de contribuições mútuas à superação da descendência. Não obstante, a fisionomia humana ainda dista muito de alcançar seu aperfeiçoamento, o que haverá de coincidir, naturalmente, com o aperfeiçoamento integral do ser.
A fisionomia é o que melhor revela as características psicológicas do ser
Os olhos, ao mostrarem ora a candura dos sentimentos puros, ora uma sublime sensibilidade, ora a expressão da inteligência cultivada transparecendo na luz do olhar, costumam velar mais de um defeito e atrair a simpatia e a atenção, ao se concentrarem neles essas manifestações do sentir íntimo. E se a isso somamos a palavra expressada em tom afável e eloquente, teremos a razão por que muitas fisionomias se iluminam de repente e se enchem de graça e simpatia, gravando-se na retina de quantos as contemplam ou observam.
O mau caráter é o que mais enfeia o rosto. A repetida contração que promove nos músculos faciais endurece os traços fisionômicos e refletem modalidades inconvenientes que causam uma desfavorável prevenção nos demais. Toda moderação que influa nos estados de ânimo e suavize a exteriorização dos desafogos do humor torna atraente a fisionomia e a dulcifica. O caráter enérgico não altera a fisionomia, se após a expressão dinâmica aparece o semblante tranquilo, natural.
As fisionomias se definem pela natureza dos pensamentos que predominam na mente e orientam a conduta do ser. Se são elevados e nobres, se são regidos por normas superiores de convivência, no rosto transparecem, com diáfana clareza, estados internos e modalidades do caráter que inspiram confiança e simpatia. A capacidade, o talento, como também todas as qualidades intelectuais desenvolvidas, oferecem a mesma característica, só que, na maioria das vezes, as linhas atraentes que tais qualidades gravam no semblante são substituídas pelas linhas antagônicas da vaidade e da excessiva estimação de si mesmo, que torna as pessoas pouco menos que intratáveis.
É indubitável que o rosto humano não poderia escapar às transformações que as leis universais exigem de tudo o que foi criado. Das toscas e imperfeitas fisionomias primitivas, nas quais não se percebia traço algum de qualidades sensíveis, às doces e expressivas da época presente, nas quais se revela a evolução da criatura humana, existe uma distância enorme.
A humanidade primitiva cumpriu suas etapas entre as selvas virgens e em franca convivência com as espécies inferiores que povoavam a terra. Seus rostos, carentes de toda expressividade humana, já que suas expressões tão somente denunciavam as reações do instinto, não podiam traduzir nenhuma das excelências do espírito, porque lhes faltava o polimento que a evolução realiza através dos séculos.
A fisionomia humana hoje mudou tanto, que bem pode ser proclamada uma das maravilhas mais preciosas da Criação. No homem de nossos dias, como no de avançadas civilizações do passado, é comum encontrar a presença de uma infinidade de traços que se manifestam no rosto, por força de uma espiritualidade cultivada ou, nos casos em que esta não foi alcançada, pela modelagem hereditária mediante o cruzamento de sangues e a adição de contribuições mútuas à superação da descendência. Não obstante, a fisionomia humana ainda dista muito de alcançar seu aperfeiçoamento, o que haverá de coincidir, naturalmente, com o aperfeiçoamento integral do ser.
A fisionomia é o que melhor revela as características psicológicas do ser
Os olhos, ao mostrarem ora a candura dos sentimentos puros, ora uma sublime sensibilidade, ora a expressão da inteligência cultivada transparecendo na luz do olhar, costumam velar mais de um defeito e atrair a simpatia e a atenção, ao se concentrarem neles essas manifestações do sentir íntimo. E se a isso somamos a palavra expressada em tom afável e eloquente, teremos a razão por que muitas fisionomias se iluminam de repente e se enchem de graça e simpatia, gravando-se na retina de quantos as contemplam ou observam.
O mau caráter é o que mais enfeia o rosto. A repetida contração que promove nos músculos faciais endurece os traços fisionômicos e refletem modalidades inconvenientes que causam uma desfavorável prevenção nos demais. Toda moderação que influa nos estados de ânimo e suavize a exteriorização dos desafogos do humor torna atraente a fisionomia e a dulcifica. O caráter enérgico não altera a fisionomia, se após a expressão dinâmica aparece o semblante tranquilo, natural.
As fisionomias se definem pela natureza dos pensamentos que predominam na mente e orientam a conduta do ser. Se são elevados e nobres, se são regidos por normas superiores de convivência, no rosto transparecem, com diáfana clareza, estados internos e modalidades do caráter que inspiram confiança e simpatia. A capacidade, o talento, como também todas as qualidades intelectuais desenvolvidas, oferecem a mesma característica, só que, na maioria das vezes, as linhas atraentes que tais qualidades gravam no semblante são substituídas pelas linhas antagônicas da vaidade e da excessiva estimação de si mesmo, que torna as pessoas pouco menos que intratáveis.
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